Edgard de Souza São Paulo, Brasil, 1962

Edgard de Souza, nascido em 1962 em São Paulo, é um renomado artista brasileiro, conhecido por seu trabalho diversificado como pintor, escultor, desenhista e gravador. Formado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em 1984, Souza foi profundamente influenciado pela arte conceitual, tendo contato com artistas proeminentes como Nelson Leirner (1932) e Regina Silveira (1939).

 

A obra de Souza é marcada pela descontextualização de objetos cotidianos, uma abordagem que busca desestabilizar as convenções tradicionais da arte e propõe um novo olhar sobre formas e objetos do dia a dia, infundindo-lhes novos significados. Entre 1989 e 1990, ele produziu peças utilizando materiais como pele de vaca, cobra, carneiro, madeira, espuma e veludo, criando formas que lembram mobiliário e são apresentadas de maneira irônica e inusitada.

 

Outra faceta significativa do seu trabalho inclui a produção de objetos e esculturas que evocam o corpo humano. Essas obras, muitas vezes surrealistas e ambíguas, exploram temas como desejo, sensualidade, sexualidade e erotismo, provocando no espectador reflexões sobre sua própria condição humana, corpo, sensações, experiências e memórias.

 

Durante o fim da década de 1990, Souza criou uma série notável de cibachromes, uma técnica fotográfica onde ele se retrata em interações e lutas consigo mesmo, explorando temas como identidade, estranhamento e dualidade. Suas exposições têm sido destaque em espaços de renome como a Bienal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

A transfiguração é um tema recorrente em seu trabalho, visível em suas esculturas de bronze de troncos sem cabeças e em mesas de madeira com características antropomórficas. A obra de Edgard de Souza, que também inclui pinturas e gravuras, é uma constante exploração do retrato e autorretrato, refletindo sobre a representação do corpo e a condição humana. Em 2000, a editora Cosac & Naify homenageou sua trajetória publicando o livro "Edgard de Souza", de autoria do crítico Carlos Basualdo, consolidando seu legado no cenário artístico brasileiro e internacional.